No dia 13 de março de 2025, o cinema brasileiro ganhou um novo clássico com a estreia de “Vitória”, filme estrelado pela incomparável Fernanda Montenegro e dirigido por Andrucha Waddington. Inspirado na impressionante história real de Joana Zeferino da Paz, conhecida como Dona Vitória, o longa traz um retrato poderoso de coragem, resistência e cidadania.
UMA HISTÓRIA DE LUTA
Montenegro dá vida à personagem Dona Nina, uma idosa que, inconformada com a violência e o tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras, no Rio de Janeiro, decide agir.
Sem apoio da polícia e cansada da impunidade, ela começa a filmar da janela de casa os crimes que ocorrem diariamente. Essas gravações se tornam provas cruciais.
desmascarando não apenas traficantes, mas também policiais corruptos que permitiam o funcionamento do esquema.O roteiro constrói com maestria o dilema da protagonista: ao expor a verdade, Nina precisa abrir mão da própria identidade e se esconder pelo resto da vida.
O filme acerta ao evidenciar o peso dessa decisão, simbolizada na impactante fala da personagem:
“A senhora está me dizendo que eu preciso morrer para não morrer?”
MONTEGRO UM ESPETÁCULO
A atuação de Fernanda Montenegro é o coração pulsante de “Vitória”. Durante toda a trama, a atriz entrega uma performance carregada de emoção e força contida.
O ponto alto? Uma cena devastadora no terceiro ato, quando Nina recebe uma notícia que a abala profundamente. Sem derramar uma lágrima, apenas com o olhar, Montenegro traduz uma avalanche de sentimentos.
Sua química com o jovem Thawan Lucas, que interpreta Marcinho, e com Linn da Quebrada, em um papel singelo e afetuoso, adiciona camadas de sensibilidade à narrativa. Além disso, o jornalista Fábio Godoy (Alan Rocha), inspirado no repórter real Fábio Gusmão, é peça-chave na trama, sendo o responsável por levar as gravações de Nina ao público.
DIREÇÃO E ROTEIRO
Após a morte do diretor Breno Silveira no início das filmagens em 2022, Andrucha Waddington assumiu o projeto e entregou um filme que equilibra tensão, emoção e alívio cômico. Algumas falas afiadas da protagonista arrancam risadas nervosas do público, aliviando a tensão de um tema tão pesado.
Os momentos mais impactantes para a metade final: só vemos os crimes registrados por Nina no exato momento em que outra pessoa assiste aos vídeos pela primeira vez.
O choque do personagem se reflete no público, aumentando ainda mais o impacto da revelação
.Mais que um filme, um legado
“Vitória” não é apenas uma homenagem a Dona Vitória – é um grito contra a impunidade e um lembrete de que a coragem individual pode mudar o destino de uma comunidade inteira.
Rodrigo Rocha redator oficial geek disse” Com uma protagonista memorável e um elenco afiado, o filme emociona, revolta e inspira. Se há algo que fica após os créditos subirem, é a certeza de que o cinema brasileiro segue mais vivo do que nunca – e que Fernanda Montenegro segue sendo a gigante que sempre foi, o cinema nacional é tudo, e tem potencial e merece, quem saber “vitória”não ganhar um Oscar”
