Filme “Invencível” retrata desafios de uma família com filho autista e portador de Osteogênese Imperfeita

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O filme Invencível, baseado em uma história real, propõe uma reflexão sensível sobre os desafios enfrentados por famílias que convivem com deficiências físicas e o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Lançado pelos mesmos criadores de Extraordinário, o longa acompanha a vida de Austin, um garoto diagnosticado com Osteogênese Imperfeita (OI), condição rara conhecida como “doença dos ossos de vidro”, e mais tarde com TEA.

Desde o nascimento, Austin chama atenção: veio ao mundo com duas costelas quebradas devido ao uso de instrumentos médicos durante o parto, algo que só foi descoberto anos depois. Até os quatro anos, já havia sofrido 13 fraturas. Sua infância é marcada por inúmeras quedas, visitas ao hospital e constantes cuidados especiais. Ao todo, o menino teve mais de 45 fraturas até os 12 anos de idade.

A chegada do irmão Logan — saudável, sem OI ou TEA — estabelece um contraponto na rotina familiar e intensifica os conflitos emocionais. A relação entre os irmãos, a comparação inconsciente dos pais e a necessidade de atenção redobrada para Austin criam uma atmosfera densa e, ao mesmo tempo, profundamente humana.

O pai, Scott — interpretado por Zachary Levi (o Shazam dos cinemas) — vive uma luta interna entre a frustração, o cansaço e o amor incondicional. Seu vício em álcool, a dificuldade em lidar com os hiperfocos do filho e os constantes desafios financeiros abalam o núcleo familiar. Após uma série de eventos intensos, incluindo um surto agressivo de Austin e o afastamento de Scott da família, a narrativa caminha para a reestruturação afetiva e emocional dos personagens.

A trama também evidencia situações comuns a muitas famílias com filhos atípicos: o preconceito escolar, a segregação institucionalizada (quando sugerem uma sala separada para Austin), os custos com tratamentos e a sobrecarga materna. A mãe, Teresa — também diagnosticada com OI — assume a linha de frente nos cuidados com os filhos, ao mesmo tempo em que enfrenta crises no casamento.

Apesar do enredo promissor e da carga dramática envolvente, Invencível não atinge todo seu potencial emocional. Com uma abordagem que poderia ter sido mais profunda, o filme toca em pontos importantes, mas peca ao não desenvolver plenamente algumas temáticas. Ainda assim, é uma produção válida para pais, professores e profissionais da educação, especialmente para debater temas como:
• Inclusão escolar e segregação de pessoas com deficiência (PCDs);
• Lidar com o TEA no ambiente doméstico e escolar;
• A sobrecarga emocional das famílias;
• O impacto do diagnóstico em todos os membros da família.

Foto: Trailer Oficial

No fim, Austin encontra na culinária sua paixão e independência. Teresa se reinventa como gamer, Logan torna-se professor e o pai reencontra seu equilíbrio emocional. Um filme com final inspirador, mas que poderia ter sido mais potente em sua execução.

Nota: 5/10. Uma produção com bons pontos de discussão, mas aquém das expectativas geradas por seu histórico criativo.

Leia também: Invocação do Mal – Trailer

Obrigada @espacozmkt e Paris Filmes pelo convite!

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